top of page
Foto do escritorLia Personal Trainer

Por Que é Tão Difícil fazer Exercício? - E Qual é a Minha Motivação!

Atualizado: 11 de mar. de 2021

Por que não nos sentimos motivados para fazer exercício, mesmo sabendo que pode salvar-nos a vida?


Especialistas comentam sobre a dificuldade em mantermos ou mesmo iniciarmos qualquer atividade física em nossa rotina, e como vencer estas barreiras de forma mais simples do que imaginávamos.



Sedentarismo e má alimentação empurram Portugal para o topo dos países europeus com mais diabéticos.


O risco de mortalidade diminui à medida que aumenta o tempo de prática de atividade física. A maior parte do efeito protetor obtém-se com 20-25 minutos por dia de atividade física moderada, valor próximo das recomendações da OMS para adultos. Apenas meia hora por dia, e não conseguimos?


De acordo com o Programa Nacional de Promoção da Atividade Física, considerando estes fatores, estima-se que, em Portugal, a inatividade física seja responsável por:

  • 8% dos casos de doença das coronárias;

  • 11% dos casos da diabetes do tipo II;

  • 14% dos casos de cancro da mama;

  • 15% de cancro colorretal.

Relativamente à percentagem da mortalidade atribuída à inatividade física no nosso país, está estimada em 14%, isto significa que se houvesse no nosso país, prática regular de actividade física, uma em cada 7 mortes poderia ser evitada anualmente.



O busílis: fazer exercícios é prazeroso ou desagradável?


A resposta difere muito, de pessoa para pessoa, mas podemos dizer que é ambas.


Começa por ser desagradável, difícil e um esforço incomensurável e se mantido o tempo suficiente, passa a ser prazeroso, essencial e necessário.


1º Problema: Disciplina, ou falta dela.


Toda a gente quer o bem bom, mas poucos estão dispostos a fazer o que é necessário, para o atingir. Isto vale para todas as áreas da vida dos seres humanos. E a forma física não fica atrás.


A falta de disciplina é confundida, com a falta de tempo.



Quando a pessoa diz que é falta de tempo, não sempre, mas geralmente, significa que não está disposta a colocar na sua agenda o tempo necessário, sendo uma desculpa, à qual se segue o cansaço, a não necessidade, a falta de vontade e a incapacidade, o famoso "não consigo".


Podemos afirmar que há muito mais motivos para não fazer actividade física do que para fazer, porém os motivos principais, para não fazer são a preguiça, a falta de vontade, indisciplina, stress e inconsciência sobre os verdadeiros benefícios e necessidade de o fazer, que são valores pouco honrosos, como "não gosto", "acho que não preciso", não me apetece".


2º Problema: Marketing e Materialismo


Os motivos para fazer exercício são valores altos, como saúde aumentada, menor stress, mais energia, mais força e resistência, menos dores no corpo e cabeça, mais clarividência e menor probabilidade de ter qualquer sintoma patológico ou doença.



Não há disciplina mental nem física, e ela não é cultivada pelo marketing. O marketing passa-nos as ideias que: tempo é dinheiro; dinheiro é felicidade; e felicidade é impossível de alcançar. Visto que, para a ter teríamos de ter acesso a tudo o que nos é impelido a consumir, e todos têm a ideia que quem tem tudo não é feliz na mesma. Estamos fadados ao destino cruel.


O que a actividade física nos traz, além dos benefícios já descritos, é uma auto-estima, auto-confiança, amor-próprio e poder pessoal, que substitui o que não temos, pela gratidão do que somos, porque nos sentimos tão bem com nós mesmos, que os materialismos começam a parecer fúteis.


Podemos afirmar que, para as grandes corporações, que sobrevivem da venda de produtos que facilitam a nossa vida, não é vantajoso que, a população comece a se desinteressar pelo mundo material e se vire para dentro de si, procurando essa valorização pessoal e interna do seu ser: corpo e mente sãs.



3º Problema: Autossabotagem


"Não vou treinar hoje, porque está a chover". "Minha amiga não vai, então também não vou". "Estou cansado, vai ficar para outro dia".


Transferir suas próprias responsabilidades para o externo a si, e os outros ou mesmo buscar desculpas para a sua preguiça, chamamos de autossabotagem.


Todos temos, dentro de nós, como aparece nos desenhos animados, aquelas duas vozes, representadas por um anjinho no ombro direito e o diabinho no esquerdo. Cair na tentação é muito tentador, perdão à redundância,


Construímos refúgios em cima de nossos actos para tentar justificá-los, como resultado, acontece a procrastinação, que é adiar, muitas vezes indefinidamente e calcamos essa acção com o evitar pensar nisso.


Quando somos assim com o exercício, partimos do princípio que isso não terá consequências negativas, mas terá, certamente e já mencionamos algumas. E não devemos esquecer que, se permitirmos, que aconteça este processo mental para este caso, ao longo da vida, vamos usar deste subterfúgio, para muitas outras situações que nos trazem, irremediavelmente consequências negativas, dor e sofrimento.


4º Problema: Tecnologia


Cada vez mais há estímulos que tiram o foco e o desejo por tarefas diárias, como aceder a redes sociais, por exemplo, e também, somos levados a pensar que a tecnologia pode substituir o ser humano, totalmente.


A ideia que a tecnologia substitui o humano, tem sido largamente anunciada, mas isso é uma enorme falácia, uma ideia, não uma realidade.


De facto, as máquinas poderão substituir algumas das tarefas repetitivas e morosas que os indivíduos fazem e até nem gostam nada de fazer, mas as tarefas essenciais à vida, uma máquina nun


ca será capaz de substituir, como fazer as necessidades fisiológicas por nós, ficar em forma, beber, comer por nós, criar uma escultura, poesia, compor música, cantar, criar novas tecnologias até, e sentir, cuidar, sorrir, dar carinho e amar.


5º Problema: Ansiedade por Resultados


A principal doença do início do século XXI, não é uma doença, é o medo, isto é, a ilusão falsa que parece real, de algo que pode ou não vir a acontecer.


O medo é uma das emoções mais fortes e negativas do espectro de emoções, com a vibração e frequência mais baixa, levando a pessoa a sentir-se totalmente desmoralizada, abatida, triste e até desesperada.



A ansiedade relaciona-se com o medo do futuro, e quando é activada são observadas, respostas cerebrais e físicas que tipicamente da presença de perigo, como comportamento de defesa (respostas de fuga ou luta), ativação do sistema nervoso autônomo (alterações no fluxo sanguíneo e frequência cardíaca), respostas neuro-endócrinas (liberação de hormonas hipofisários e suprarrenais - adrenalina, cortisol, etc.).


É seguro dizer que, a ansiedade, muitas vezes activa a sensação de: fuga ou luta, quando afirmamos "isto não é para mim", "não dá para mim"; aumento da tensão , caracterizado pelo nervosismo e quando afirmamos que "não está a dar resultado nenhum", "estou-me a esforçar imenso e nada acontece"; e libertação de cortisol e adrenalina, que leva a alguma agressividade, quando afirma "estou farta", "não mereço isto".


Muitas pessoas que desistiram da prática de exercício, lembram com nervosismo e asco, esse tempo, pois associam a esses sentimentos negativos, que elas mesmas produziram, mas a sua própria ansiedade, e geralmente, externalizam os motivos, afirmando que o treino, o ginásio, o treinador, entre outras coisas, é que não era bom.


Devemos fazer as pazes com o exercício físico, se for este o caso.



No próximo artigo vamos falar sobre como resolver estes problemas e apresentar um Manual Anti-Sabotagem!


Até à próxima. Bons treinos ;)



Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page